• O que é ansiedade?

    A ansiedade é uma emoção voltada para o futuro caracterizada por percepções de incontrolabilidade e imprevisibilidade sobre eventos potencialmente aversivos e um desvio rápido na atenção para o foco de eventos potencialmente perigosos ou para a própria resposta afetiva do indivíduo a esses eventos” (Barlow, 2002). Ou seja, a ansiedade é uma emoção vaga e desagradável de medo e apreensão, caracterizada por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.

    Segundo Beck (pai da Terapia Cognitivo Comportamental), um indivíduo se sente ansioso quando ele acredita estar diante de uma ameaça ou perigo real, sentindo uma “aversão ansiosa”, com diversos fatores, tais como: medo do futuro e do pior acontecer a qualquer momento, incerteza, vulnerabilidade (desamparo) e incapacidade de obter os resultados desejados.

    Porém a ansiedade nem sempre é uma emoção ruim! Em um nível saudável a ansiedade move o indivíduo para se preparar para as atividades e tarefas que estão prestes a acontecer, ou seja, em um nível equilibrado, a ansiedade é a “força” que incentiva e prepara a pessoa para as ocasiões futuras. Por exemplo: a boa ansiedade é que faz o indivíduo estudar para uma prova importante, se preparar para um discurso, se preparar para uma entrevista de emprego, etc.

    Sem a ansiedade, tomar decisões importantes na vida seria algo muito arriscado, porque as pessoas não teriam noção do perigo. Por isso, em uma dose equilibrada e saudável, a ansiedade é uma emoção muito útil e importante.

    A ansiedade equilibrada é aquela no qual ao mesmo tempo em que a pessoa se prepara para os eventos e situações futuras, ela não se deixa dominar pelo excesso de preocupações e ruminações de pensamentos negativos. Além disso, a boa ansiedade é de curta duração e está sempre voltada para uma situação específica e sem sintomas que afetem o ansioso e as pessoas ao seu redor.

    A ansiedade e o medo só são considerados patológicos quando são muito intensos, frequentes e desproporcionais em relação ao estímulo do que se observa como norma daquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo em um período igual ou superior a seis meses.

    Para que um psicodiagnóstico correto é necessário se consultar com um psicólogo ou um psiquiatra.

     

    Sintomas da ansiedade:

    Os sintomas da ansiedade se destacam nas seguintes categorias:

    • Sintomas fisiológicos;
    • Sintomas cognitivos;
    • Sintomas comportamentais;
    • Sintomas afetivos.

     

    Sintomas fisiológicos da ansiedade:

    • 1) Aumento da frequência cardíaca, palpitações;
    • 2) Falta de ar, respiração rápida;
    • 3) Dor ou pressão no peito;
    • 4) Sensação ou sufocação;
    • 5) Suor intenso, ondas de calor, calafrios;
    • 6) Náusea, dor de estômago, diarréia;
    • 7) Tontura, sensação de cabeça vazia;
    • 8) Tremor, agitação;
    • 9) Formigamento ou dormência nos braços, nas pernas;
    • 10) Fraqueza, sem equilíbrio, desmaio;
    • 11) Tensão muscular, rigidez;
    • 12) Boca seca

    Sintomas cognitivos da ansiedade:

    • 1) Medo de perder o controle, de ser incapaz de enfrentar a situação temida;
    • 2) Medo de ferimento físico ou morte;
    • 3) Medo de “ficar louco”;
    • 4) Medo da avaliação negativa dos outros;
    • 5) Pensamentos ou recordações aterrorizantes;
    • 6) Percepções de irrealidade ou afastamento;
    • 7) Concentração debilitada, confusão, distração;
    • 8) Diminuição do grau de atenção; vigilância para possíveis ameaças ou situações
      perigosas que o ansioso acredita que possa vir a acontecer a qualquer momento;
    • 9) Memória fraca;
    • 10) Dificuldade de raciocínio, perda de objetividade

    Sintomas comportamentais da ansiedade:

    • 1) Evitação de sinais ou situações de ameaça;
    • 2) Esquiva, fuga das situações, eventos ou locais que o ansioso tem medo e/ou que
      aumentem o seu nível de ansiedade;
    • 3) Busca de segurança eficaz contra a ansiedade, reasseguramento;
    • 4) Inquietação, agitação, movimentos rítmicos (como balançar as pernas, estalar os
      dedos, roer unhas, por exemplo);
    • 5) Dificuldade para falar;
    • 6) Congelamento, imobilidade (como ficar paralisado ou não conseguir fazer nada
      para sair da situação ou episódio de ansiedade).

    Sintomas afetivos da ansiedade:

    • 1) Nervoso, tenso;
    • 2) Assustado, temoroso, aterrorizado;
    • 3) Irritável, nervoso;
    • 4) Impaciente, frustrado.

     

    Passo a passo para lidar com as crises de ansiedade:

    Respire profundamente

    Sempre que você perceber que está ficando ansioso, feche os olhos e respire lenta e profundamente durante 10 minutos. Inspire lentamente pelo nariz contando até 5 e expire contando novamente até 5.

    Questione os seus pensamentos

    Você sabia que a fonte dos nossos medos, tensões e ansiedade são os nossos pensamentos negativos que invadem a nossa mente? Porém, na maioria das vezes, esses pensamentos não correspondem à realidade dos fatos, mas sim à maneira pela qual interpretamos os acontecimentos do dia a dia. Portanto, questione-se:

    • – Será que esse pensamento é mesmo real?
    • – Será que isso realmente poderá acontecer?
    • – Que outra interpretação/ visão alternativa você pode ter sobre essa situação?
    • – Anote todas as suas ideias e pensamentos novos que mostrem possibilidades novas e mais satisfatórias referentes ao futuro.
    • – Após terminar de escrever, releia as suas anotações.
    • – Caso seja necessário, respire fundo novamente por 10 minutos.

    Relaxe a mente

    Faça atividades que relaxam a mente: escute música, tome um banho morno, medite, pratique mindfulness, faça massagens, cuide do seu corpo, pratique yoga ou faça alongamentos, por exemplo.

    Diminua o consumo da cafeína

    Você sabia que a cafeína aumenta seu nível de ansiedade? Sim, o café e os refrigerantes a base de cola bloqueiam o funcionamento da adenosina, hormônio responsável pela sensação de calma e serenidade.

    Mas não pare de tomar café de uma hora para outra, pois seu organismo já está acostumado. Diminua o consumo aos poucos e gradualmente.

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